sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

CARMEN MIRANDA A PEQUENA NOTAVEL

 
 
 
 
 

A História de Carmen Miranda – A Pequena Notável
Primeira estrela do showbiz brasileira a fazer carreira internacional, Carmen Miranda na verdade nasceu em Portugal em 1909, mas veio para o Rio de Janeiro antes mesmo de completar um ano de idade. Desde pequena, Carmen dá mostras de seu talento nato, seja cantando ou declamando nas festividades escolares. Ainda jovem trabalha em um atelier de chapéus, onde com sua criatividade e habilidade apreendeu o ofício que lhe foi muito útil na vida artística. Trabalhando cantando, se torna uma atração para a freguesia que gostava de ouvi-la e vê-la provando os chapéus com sua graça e brejeirice.

Aos 20 anos chega aos programas radiofônicos e festivais musicais. No ano seguinte já estoura com “Pra você gostar de mim (Tai)”, um recorde brasileiro de vendas: 36 mil cópias. Da noite para o dia Carmen é uma celebridade nacional. Com a força de sua personalidade, marcaria um estilo só seu e se torna “A Cantora com It na voz e no gesto”, depois “A ditadora risonha do samba” e, finalmente, ”A Pequena Notável.” Carmem dominava absoluta nos discos. Foi a cantora brasileira que mais gravou no período dos 78rpm e era também a estrela maior de nossos filmes carnavalescos. Foi em Banana da Terra“ que Carmen lança seu traje de baiana, virando então a sua marca registrada, fonte do delírio de todos os figurinistas que a vestiram até o resto de seus dias.

Do Cassino da Urca, a maior casa de espetáculos do Rio de Janeiro onde era estrela absoluta, Carmen parte para os Estados Unidos, estourando na Broadway num curto número de seis minutos que a poriam, no dia seguinte à estréia, em todos os jornais e revistas especializadas do showbiz americano. Nascia ali The Brazilian Bombshell”.

Seus trajes e suas plataformas viram moda na elegantíssima Quinta Avenida. Seus shows sempre lotados. Inevitavelmente é contratada por Hollywood que usa e abusa da sua graça latina e seu inglês falsamente aparvalhado. De 1941 a 1953 Carmen Miranda, com status de grande estrela, participa de catorze filmes musicais.
Mas os anos vividos no agito louco dos palcos, gravações e filmagens exigiram quantidades de aditivos químicos que levaram a uma depressão profunda e por fim à morte da iconoclasta, aos 46 anos no dia 5 de Agosto de 1955.
Carmen Miranda faria 100 anos esta semana, precisamente no dia 9 de fevereiro.
Não vou ficar falando da história dela e de como ela foi importante para passar um pouco da cultura brasileira para o mundo. Isso qualquer um acha no Google. Vou falar de como eu gosto de Carmen Miranda.
 Primeiro, acho que ela tem um carisma enorme, um sorriso maravilhoso e um olhar vivo e brilhante, que nem uma película de filme em preto e branco conseguiram esconder. Imagine na década de 40, uma mulher sai do Brasil para prosseguir a vida como artista nos Estados Unidos, pois já era uma intérprete de sucesso por aqui. Seu grande hit veio na década de 30, cantando “O que é que a baiana tem?”, de Dorival Caymmi. Se é complicado agora, imagine só naquela época! Mas ela foi. E tornou-se a artista estrangeira mais bem paga do cinema.
Além disso, acho o máximo o que ela fez com o figurino. Ela sabia que o personagem não está completo sem o figurino adequado. Por isso, desenhava e costurava as próprias roupas, os adereços de cabelo e o monte de balangandãs (é assim que se escreve?). E para compensar a baixa altura, 1,53m, inventou as plataformas gigantescas. Figurinos riquíssimos, cheios de bordados e caprichos, que ela guardava com carinho e que hoje moram no Museu Carmen Miranda, no Rio de Janeiro.
 Sua irmã, Aurora, dizia que, se não tivesse sido cantora e artista, teria sido estilista. Ela adorava pesquisar tecidos, inventar modelagens, experimentar.  Parecia ligada no 220V, gesticulava muito e falava alto. Seus olhos verdes pareciam duas esmeraldas e irridiavam um brilho difícil de imaginar apagado.
Mesmo assim, apagou-se. Cedo demais. No documentário produzido pela irmã, “Banana is my business”, podemos ver um pouco da tristeza dessa portuguesinha brasileira que ria tanto. Na biografia de Ruy Castro, “Carmen”, também.
Desde pequena, ouvia as músicas de Carmen Miranda, especialmente “Taí” e “Alô, Alô”, que sei de cor. Aquela vozinha aguda e simpática nunca mais me deixou. E acho que ela também não deixa mais o imaginário cultural brasileiro.

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