segunda-feira, 12 de outubro de 2009

OLIVIA DE HAVILLAND

OLIVIA E SUA IRMA JOAN FONTAINE
A vida antes da fama
Nascida em Tóquio, capital japonesa, é a mais velha filha de Walter de Havilland (um advogado de patentes) e Lilian Augusta Ruse (uma atriz de teatro mais conhecida por seu nome artístico Lilian Fontaine), que se casaram em 1914. Sua irmã mais nova é a atriz Joan Fontaine (também nascida em Tóquio), com quem ela já teve várias brigas famosas. Segundo boatos, ambas não se falam desde 1975.
A família De Havilland mudou-se de Tóquio para Saratoga na Califórnia quando Olivia tinha apenas dois anos de idade. Olivia e sua irmã estudaram na Los Gatos High School, em Los Gatos, e no Convento de Garotas Católicas de Notre-Dame, em Belmont. Hoje, a escola de Los Gatos possui um prêmio para jovens atores com o nome da atriz.
Os primeiros anos e a parceria com Errol Flynn
Olivia iniciou sua carreira cinematográfica em 1935 contracenando com Joe E. Brown num filme chamado Alibi Ike, que teve o título de Esfarrapando desculpas no Brasil. No ano anterior, ela aparecera como Hérmia na peça A Midsummer Night's Dream, sua primeira produção teatral, no Hollywood Bowl. A peça foi mais tarde transformada no filme Sonho de uma noite de verão, que foi lançado no ano seguinte, com o mesmo elenco dos palcos.

As aventuras de Robin Hood, 1938
Sua parceria com o galã Errol Flynn foi uma das mais conhecidas no ecrã, e ocorreu entre 1935 e 1941, em oito filmes. O primeiro filme foi Capitão Blood (1935), seguindo-se A carga da brigada ligeira (1936), Somos do amor (1938), As aventuras de Robin Hood (1938), Uma cidade que surge (1939), castigada com uma personagem secundária por Jack Warner em Meu reino por um amor (1939) por ter feito E o vento levou, A estrada de Santa Fé (1940) e, por fim, O intrépido general Custer (1941). Olivia devia ainda ter contracenado com Flynn em O gavião do mar (1940), mas encontrava-se indisponível, a filmar outro filme, sendo substituída por Brenda Marshall.

Durante os primeiros anos da década de 40, são famosos ainda os seus desempenhos em Uma loura com açúcar com James Cagney (1941), Nascida para o mal com Bette Davis e Assim é que elas gostam com Henry Fonda, ambos de 1942.
Sua carreira alterou-se permanentemente quando interpretou Melanie Hamilton Wilkes na adaptação cinematográfica de Gone With the Wind. Por este desempenho ela recebeu a primeira de cinco nomeações para um Oscar desta feita como Melhor Atriz Coadjuvante. Dos quatro atores principais do filme (os outros: Clark Gable, Vivien Leigh e Leslie Howard), Olivia é a única ainda viva. Ironicamente, sua personagem é a única das quatro a morrer no filme.Reconhecimento artístico e "Lei de Havilland"
Em 1941, Olivia tornou-se uma cidadã naturalizada dos Estados Unidos. Olivia e sua irmã, Joan Fontaine, foram nomeadas para o Óscar de Melhor Atriz (principal) em 1942. Joan foi indicada pelo filme Suspeita, de Alfred Hitchcock e Olivia por A porta de Ouro. Joan ganharia a estatueta, recusando-se deixar a irmã cumprimentá-la. Anos mais tarde o inverso ocorreria: Olivia ganhou o prêmio em 1947 e não deixou sua irmã cumprimentá-la.

Nascida para o mal (1942)
Foi durante a época da indicação ao Oscar que Olivia percebera seu verdadeiro potencial artístico. Frustada pelas ofertas de papéis que recebia por parte do estúdio Warner Brothers para quem trabalhava, começou a recusar os filmes que lhe eram oferecidos.
A lei permitia que os estúdios suspendessem o contrato de atores que recusassem filmes. Na teoria isso permitia que os estúdios mantivessem controle indefinido sobre um contrato não-corporativo. Muitos aceitavam essa situação, enquanto poucos tentavam mudar o sistema (o caso mais notável sendo o de Bette Davis, que abriu um processo mal-sucedido contra a Warner Bros. na década de 1930). Olivia, depois de ter aberto um processo contra a Warner, ficou longe das telas durante cerca de dois anos, numa luta judicial que culminou numa decisão divisora de águas a seu favor em 1945. Foi devido a esta luta que o seu último filme para a Warner só foi distribuido em 1946, com três anos de atraso.

Após sua vitória no processo contra a Warner, a chamada "Lei de Havilland" foi criada, permitindo que rescindisse o contrato, podendo fazer filmes em qualquer estúdio. Foi por isso que Olivia tornou-se uma defensora pioneira dos direitos dos atores.
A qualidade e variedade dos papéis oferecidos à ela começou a melhorar. Ela ganhou o Oscar de Melhor Atriz em 1947 e 1950 com os filmes Só resta uma lágrima (1946), onde interpretou Josephine Norris, a mãe solteira que sofria com o fato de não poder se revelar a seu filho, e Tarde demais, onde viveu a doce Catherine Sloper; com este último filme Olivia se arriscou em aceitar o papael sem brilho, tímido e desajeitado, mas seu instinto estava correto, e ela acabou transformando este num dos maiores papeis de sua carreira, e ganhou o seu segundo Oscar de Melhor Atria Principal.

E foi recompensada pelo seu desempenho em Na cova das serpentes, de 1948, com mais uma nomeação para o Oscar. Neste filme, ela intepretou Virginia Stuart Cunningham, uma mulher que, depois de seu casamento, sofre um ataque de nervos e é internada num manicômio, entretanto, aos poucos ela consegue se recuperar com a ajuda de seu marido e de um psiquiatra, mas se torna testemunha dos maus tratos e das péssimas condições de internação dos outros pacientes. Este foi um dos primeiros filmes a mostrar o ponto de vista da sociedade sobre uma pessoa que sofre de uma doença mental.
Após a década de 50Olivia apareceu esporadicamente em filmes após os anos 1950. Ela recusou o papel de Blanche DuBois em Uma rua Chamada pecado, personagem cujo desempenho traria a Vivien Leigh um Oscar de Melhor Atriz, citando a natureza da personagem como a maior razão para ela ter feito isso.
Em meados dos anos 50 ela decidiu deixar os Estados Unidos para viver em Paris, a capital francesa, com seu marido, Pierre Galante. Em 1956 o casal teve uma filha, Gisele. Desde então ela aceitou alguns papéis em filmes, quando interessada.

Estrela de Olivia de Havilland na Calçada da fama de Hollywood
Em 1962 Olivia publicou um livro delicioso chamado Every Frenchman Has One, sobre suas dificuldades e aventuras tentando se ajustar à vida na França, e no mesmo ano voltou às telas depois de três anos de ausência, como a mãe de uma garota retardada que queria se casar, no filme Luz na praça.
Em 1964 substituiu Joan Crawford em Com a maldade na alma, contracenando pela última vez com Bette Davis, de quem ficara amiga durante os seus anos na Warner. O filme, que também trazia no elenco Joseph Cotten, foi um dos mais importantes no último período, como foi A dama enjaulada, do mesmo ano, um filme controverso sobre uma mulher presa em um elevador, que se atormenta até as raias da loucura ao ficar presa. Este foi um filme muito polêmico, a ponto de ter sido banido na Inglaterra.
Olivia atuou até a década de 1980, sobretudo em televisão netes últimos anos.
Em 2006, numa sessão de um ciclo a si dedicado, afirmou que estava a preparar uma autobiografia.
Em 2007 ela foi homenageada pelo ex-presidente norte-americano George W. Bush, recebendo do mesmo uma medalha como prêmio honorário. Também no mesmo ano recebeu um convite para voltar ao trabalho, depois de mais de 20 anos afastada, no filme I-59 South, que tem previsão de lançamento para o fim de 2009.
Olivia de Havilland mora há muitos anos, feliz, em Paris. Sua filha, Gisele, decidiu seguir os passos do pai, trabalhando como jornalista na revista Paris Match (onde seu pai havia trabalhado durante anos), enquanto Olivia se dedica ao trabalho como professora na escola cristã infantil de sua igreja.

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